Baixo isolamento pode levar São Paulo a adiar retomada de atividades
A taxa de distanciamento social no estado de São Paulo permaneceu em 48% nesta quinta-feira (23), a mesma do dia anterior. O percentual é considerado baixo, e o governo paulista disse que a taxa acendeu o alerta amarelo de preocupação com a disseminação do coronavírus no estado. A taxa considerada ideal é acima de 70%, mas o governo já considera satisfatória quando fica acima de 50%.
Segundo o governador João Doria, caso a taxa de isolamento no estado não cresça, a retomada das atividades econômicas, prevista para 11 de maio, pode não ocorrer nesta data.
“Com um índice de 48% de isolamento, não será possível realizarmos flexibilização na região metropolitana de São Paulo. Se os brasileiros que vivem nas cidades que compõem a região metropolitana e na própria capital de São Paulo, não fizerem o isolamento com índice mínimo de 50%, que foi a recomendação da Saúde e do Comitê de Saúde, nós revisaremos a decisão, a ser anunciada no dia 8 de maio de flexibilização gradual do isolamento na região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital", disse o governador.
De acordo com Dória, algumas cidades vêm conseguindo manter taxas altas de isolamento, como São Sebastião, em que 62% da população tem ficado em casa, mas a média do estado permanece baixa.
O sistema de monitoramento acompanha a situação de mobilidade em 104 dos 645 municípios paulistas com população acima de 70 mil habitantes. A central de inteligência analisa os dados de telefonia móvel para indicar tendências de deslocamento e apontar a eficácia das medidas de isolamento social.
CasosO estado de São Paulo tem 16.740 casos confirmados de coronavírus, com 1.345 óbitos. Estão internados em unidades de terapia intensiva (UTIs) 1.148 pacientes e, em enfermarias, 1.355 pessoas.
Segundo o secretário de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado é de 57,7% e de 41,8% em enfermarias. fNa Grande São Paulo, a taxa de ocupação de UTIs está em torno de 77% e a de enfermarias, em 67%. Os hospitais do estado com maior ocupação são o das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e o Emílio Ribas.
O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, David Uip, informou que o Hospital Emilio Ribas, que estava passando por reforma quando chegou a pandemia, tem hoje 30 leitos de UTI. Na próxima semana, o Emílio Ribas deve ganhar mais 10 leitos e, na semana seguinte, outros 10.
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